Às vezes pensamos que o surgimento de um novo alguém nas nossas vidas é
para o nosso próprio bem. Muitas vezes acreditamos que é aquele alguém
que tanto queremos. Que nos cuidará quando mais precisarmos, e quando
não precisarmos também - apenas pelo puro prazer de querer ver bem. Que
nos amará nos momentos felizes e nos tristes, principalmente. Que irá sarar até mesmo as feridas mais internas existentes nos nossos
corações. Que nos renovará. Que nos fará evoluir. E tu chegas-te. De forma sorrateira e extremamente sutil. Chegou e
conquistou para si o que, anteriormente, muitas lutaram para conseguir -
e não conseguiram, de fato. Roubaste o meu coração sem avisos ou prévias.
E, confesso: quando eu percebi o ocorrido, nem sequer me importei. Devo confessar, também, que o novo sempre me atraiu. E, por outro lado,
sempre me deixou receosa. E a situação em que fui colocada por ti, mesmo
que sem a sua intenção, era nova. Nunca havia me ocorrido nada
parecido.
E mesmo repleta de medos e receios, e acho que te lembras bem disso: eu deixei fluir. Fluir.. Sabes? Esses pensamentos modernos de que prosseguiremos com
relacionamentos e situações até onde eles realmente devam durar, de
forma natural e indolor. Nenhum ser humano é tão moderno e
tão "sangue frio" a ponto de perder sua humanidade, perder aquilo que
tão somente nos difere dos animais: a capacidade de amar e de nos
expressar em nome disso, e de ter medo de perder, e de sofrer em nome do
amor. Não preciso mencionar onde esse "fluir" me levou. E é nesse auge máximo de sentimento que o sofrimento apareceu. Na
realidade, tem que haver atenção, porque ele aparece camuflado em várias
situações anteriores. Situações em que eu - totalmente vendada pelos
laços de um sentimento que só crescia a cada dia - deixei passar. Forcei-me a esquecer o que me amedrontava, ainda que diversas vezes a vida
esfregasse nos meus olhos e me remetesse às situações anteriores,
intensificando tudo o que eu já temia e todas as conclusões que cheguei a
ter a partir disso.
Sem comentários:
Enviar um comentário