São 7h30 da tarde, o frio e a chuva fazem-se sentir, a janela do meu quarto está embaciada e o teu nome ocupa-a por inteiro. Mas a saudade é assim, a saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais
compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento,
não saber como acabar com as lágrimas diante de uma música, não saber como
vencer a dor de um silêncio que de nada o preenche.
Eu sofro de recaídas. Numa hora eu digo que superei, que a tua falta não me afeta mais. Chego a passar um dia inteirinho sem pensar em ti. Faço da estrada minha melhor amiga e da
bebida minha companheira. Até ai, tudo bem, mas depois surge outra hora em que vem a
nostalgia. A falta do teu sorriso. É nessa hora
que eu confesso que sou fraca, mais fraca do que alguma vez pensei sê-lo. É nesse momento que me tranco no quarto,
abraço a almofada e deixo as minhas lágrimas falarem por mim, deixo elas demonstrarem o que verdadeiramente sinto, pois nem eu sei bem.
Fico sentimental. Ligo o rádio só para ouvir músicas tentando tirar o teu nome da minha cabeça, mas aí passa sempre aquela música tão emocionante que me faz cair de novo no chão, as lágrimas percorrem na minha cara, e eu só quero dormir, dormir para esquecer tudo aquilo que vivemos juntos, e tudo aquilo que eu desperdicei. Já pensei em desaparecer, só que sabes? Não vou. Vou-me esforçar e acreditar que tudo vai ficar bem. A esperança mantém-nos
vivos, certo? A fé faz-nos andar para a frente, certo? Ficamos combinados desta forma. Não esperes pela poesia, pelas linhas bem feitas,
pelas palavras bonitas. Simplesmente não posso. Agora não. Não sou de ferro. E
está a doer, a doer imenso
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