segunda-feira, 1 de julho de 2013

Não percas a esperança

Ouvi dizer que te andas a cortar, a dizer que queres morrer, que quase te suicidaste, por causa da sociedade. Por gozarem contigo, por te chamarem nomes, por te criticarem, por parecer que não encontras o teu lugar neste mundo. Queres que te diga uma coisa? Estragas-te a tua vida desde que essa coisa te tocou na pele. Primeiro parecia ser uma coisa inofensiva, era só um arranhão. Era, disse bem porque depois passaram a ser dois. Três. Quatro. Cinco. Seis. Sete. Oito. Nove. Dez. Tornou-se um vicio, não foi? Tu sentes que essa coisa a que tu chamas de "amigo", te aliviou a dor, que é a única coisa que te compreende, que te ajuda. Que te alivia a dor? Que é a única coisa que te compreende? Que te ajuda? Pois, sabes o que é que ela te faz? Ela usa-te, ela usa toda a gente, ela enfeitiçou-te para o lado do mal. Enquanto tu dizias que era mais um, à medida que o fazias, ela ia-se apoderando mais de ti, mas tu não percebes isso, pois não? 
Pensas que é a única solução à vista. Estás sobre o poder dessa coisa. Tu sabes que isso só é uma marca que passaste na tua vida, mas em vez de estar marcada na tua cabeça, ou no coração, – sim porque até as coisas más que acontecem na vida, ficam marcadas no coração – não, tu cortas-te. Fica marcado no teu corpo, no teu pulso. E essas marcas, vão estar aí sempre. As coisas vão acontecer e tu marcas no teu pulso, mas os cortes desaparecem, cicatrizam, mas tu achas que deviam estar lá por mais tempo, e fazes outra vez. E vai ser sempre assim, tornando-se num vício, um vicio que te faz muito mal, aquele vício que não vais deixar a não ser que te metalizes disso, mas estar a dizer isto ou não é a mesma coisa não é? Estar a escrever este texto não vai dar em nada pois não? Tu vais continuar. E continuar. E continuar, até alguém te apanhar e tu fores para uma clínica. Vais ficar internada. Durante dias, meses ou talvez anos. Tu queres isso? Tu queres que te isso aconteça? 
 Olha-te ao espelho tira a camisola e olha para o que fizeste. Olha para os teus olhos, tu vais ver que os teus olhos têm outra cor. Outro sentimento. Já não brilham. A tua cara, está cansada. O teu corpo? Está farto de sentir aquela coisa a tocar-lhe. Então e tu? Tu estás farta de o fazer? Ou queres continuar? Olha de novo para os cortes. E tenta observar a pessoa que eras antes de te cortares, sentes saudades não é? Sentes saudades de quando achavas que eras forte, que quando ninguém te deitava abaixo. Então se sentes falta desse "tu" olha para o espelho, e diz: Acabou! – Diz que já chega. Que essa coisa não te vai ganhar, que és mais forte do que essa coisa, diz que vais acordar deste pesadelo, parte essa lâmina. 
Lembra-te de todas as coisas boas que te aconteceram na vida, na tua família. Nos teus amigos que sempre te apoiaram. No som da praia. Dos gritos malucos que davas quando estavas feliz. Da tua infância. E que és mais forte do que tu própria pensas. E diz chega pela última vez, mas um chega bem alto. Grita. Se calhar o que eu disse foi o mais patético de sempre, mas eu sei que se o fizesses iria resultar. Tu és amada. E agora pensas, e se as críticas continuarem? Se as criticas continuarem, não te deixes ir abaixo. Sorri. Não te importares com os comentários. Agora promete-me que vais pensar no que eu te disse. Faz tudo o que te disse aqui, porque resulta. Resultou comigo. E eu sei que resulta comigo, promete-me que o vais fazer. Promete que vais acreditar em ti mesma, que vais largar isso. Porque vais. Agora pensa. Pensa em tudo o que disse. Apaga todas as lembranças más, e deixa todas essas feridas sarar. E não faças mais nada. Apenas começa a sorrir para a vida, porque ela vai sorrir para ti. 
Guarda este texto para quando te sentires triste e sentires que o queres fazer outra vez, o texto chamar-te-á à razão. Faz isso as vezes que forem precisas, porque daqui a uns dias, meses, eu vou dar-te os parabéns. Vou ficar orgulhosa de ti, por perceberes que essa coisa não te ajudou nem te vai ajudar em nada. Eu sei que esse momento vai acontecer, e quando acontecer, eu vou estar lá ao pé de ti a dar-te um abraço, por teres deixado de ser aquela pessoa já sem sorriso. Mas sim voltares a ser a pessoa que gritava de felicidade por tudo e por nada. Com auto estima. Com confiança. Claro que vais sofrer. Todos sofremos em toda a nossa vida. Mas quando sofreres a solução já não vai ser cortar. Vai ser agarrares-te a alguém e desabafares, e as pessoas que te humilharam, tu vais pisá-las como elas te pisaram a ti. Mas só vais ter que te mentalizar de tudo isto. Pela milésima e ultima vez, e vai ser a ultima palavra que vou dizer: Acredita

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